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A boa fala supõe uma escuta melhor ainda.

                               



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      O prof. Rubem Alves ensinou muita gente em Piracicaba e região, a partir dos cursos de extensão da Unicamp, Unimep e Puccamp. Em 1978, quando cheguei da Universidade de Brasília maravilhado com o primeiro curso de oratória do prof. Marques Oliveira e dom Serafim Fernandes, ele me abordou na salada do reitor Elias Boaventura para me zombar: “aprender oratória é muito fácil, quero ver aprender escuratória”.

     Não era só sobre ser do contra. Até hoje há muitos especialistas em busca de criar um curso de escutatória satisfatório, antagônico ao que se ensina num curso de oratória.

     Já observou como é infinitamente mais difícil falar do que ouvir? Mesmo assim, como observou Rubem Alves “há cursos de oratória aos montes, mas não se vê curso de escutatória”, um curso destinado a ensinar pessoas a escutarem de verdade para poderem ouvirmo-nos uns aos outros.

    Até se fala bastante em “escuta ativa”, mas ainda de um jeito embolado, bem comercial e ainda leva em consideração a mentalidade de persuasão e domínio político da conversa.

    Antes de nascer você já tinha desenvolvido a audição e até hoje se utiliza da escuta. Trata-se provavelmente da capacidade mais significativa de que dispõe, que exerceu forte influência em seu desenvolvimento pessoal no passado e continuará a fazê-lo no futuro. Todavia, é certo que você não tenha contado com qualquer tipo de ajuda para desenvolvê-la.  As outras habilidades básicas da comunicação foram aprendidas — falar, ler e escrever. Mas será que você sabe, de fato, ouvir? A escola ensinou?

     Pense na importância que o saber ouvir efetivamente tem no cotidiano: conversas com amigos e familiares, reuniões de negócios, discussões, conferências, entrevistas, discursos, palestras, uma DR no casamento — poderíamos estender essa lista de situações indefinidamente e, no âmago de todas elas, encontraríamos a capacidade fundamental de ouvir. Prossigamos então em nossa análise da arte de saber ouvir. Pergunte a si mesmo como sua família, seus colegas de estudo ou trabalho e até mesmo seus amigos mais íntimos avaliariam sua habilidade para ouvir. Mais importante ainda — seja sincero! — qual seria sua própria avaliação?

      Não importa muito a resposta, só tente desenvolver e apurar a habilidade de ouvir com eficiência, principalmente se ainda for ativo no mercado de trabalho, em qualquer ocupação, nível ou cargo.

      Saber ouvir é condição indispensável para o sucesso. Possibilita fazer mais do que meramente escutar o que os outros estão dizendo. Ouvir com eficácia implica dar àquele que fala sua completa atenção somada à sua capacidade de compreensão. Ouvindo efetivamente, você estará mais apto a apreciar em profundidade as atividades que seus colegas de trabalho desempenham, a maneira como se sentem e por quê. Em casa, por sua vez, estará mais preparado para detectar as expectativas e esperanças de seus familiares, seus temores e suas dificuldades. Saber ouvir com eficácia desvenda novos horizontes. É o caminho para toda aquisição de conhecimento. Afinal, como alguém pode ser bem sucedido no que faz não sendo um bom ouvinte?

     Comece hoje a se autoanalisar. Você perceberá mudanças em si mesmo à medida que for aprimorando sua habilidade para ouvir. Tal aprimoramento com certeza não passará despercebido por aqueles que o cercam e, não há como negar, que pelo menos parte do prazer de ser bem sucedido reside no reconhecimento por parte das outras pessoas. Ao reputá-lo bom ouvinte, as pessoas dirão que encontraram em você alguém a quem se pode falar sobre assuntos de natureza mais íntima e pessoal. Lembrarão que você foi capaz de auxiliá-las na solução de problemas, pelo simples fato de tê-las ouvido com atenção e permitir que elas próprias se ouvissem falando.






 
 
 

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